9 de out. de 2011

Pablo Neruda


Sabrás que no te amo y que te amo
puesto que de dos modos es la vida,
la palabra es un ala del silencio,
el fuego tiene una mitad de frío.

Yo te amo para comenzar a amarte,
para recomenzar el infinito
y para no dejar de amarte nunca:
por eso no te amo todavía.

Te amo y no te amo como si tuviera
en mis manos las llaves de la dicha
y un incierto destino desdichado.

Mi amor tiene dos vidas para amarte.
Por eso te amo cuando no te amo
y por eso te amo cuando te amo.

the love

the loss

o decifrável

Mário Quintana

Madame De Pompadour

a música

3 de set. de 2011

Martha Medeiros


Eu não acredito em gnomos ou duendes, mas vampiros existem. Fique ligada, eles podem estar numa sala de bate-papo virtual, no balcão de um bar, no estacionamento de um shopping. Vampiros aproximam-se com uma conversa fiada, pedem seu telefone, ligam no outro dia, convidam para um cinema. Quando você menos espera, está entregando a eles seu rico pescocinho e mais. Este "mais" você vai acabar descobrindo o que é com o tempo. Vampiros tratam você muito bem, têm muita cultura, presença de espírito e conhecimento da vida. Você fica certa que conheceu uma pessoa especial. Custa a se dar conta de que eles são vampiros, parecem gente. Até que começam a sugar você. Sugam todinho o seu amor, sugam sua confiança, sugam sua tolerância, sugam sua fé, sugam seu tempo, sugam suas ilusões. Vampiros deixam você murchinha, chupam até a última gota. Um belo dia você descobre que nunca recebeu nada em troca, que amou pelos dois, que foi sempre um ombro amigo, que sempre esteve à disposição, e sofreu tão solitariamente que hoje se encontra aí, mais carniça do que carne. Esta é uma historinha de terror que se repete ano após ano, por séculos. Relações vampirescas: o morcegão surge com uma carinha de fome e cansaço, como se não tivesse dormido a noite toda, e você se oferece para uma conversa, um abraço, uma força. Aí ele se revitaliza e bate as asinhas. Acontece em São Paulo, Manaus, Recife, Florianópolis, em todo lugar, não só na Transilvânia. E ocorre também entre amigos, entre colegas de trabalho, entre familiares, não só nas relações de amor.
Doe sangue para hospitais. Dê seu sangue por um projeto de vida, por um sonho. Mas não doe para aqueles que sempre, sempre, sempre vão lhe pedir mais e lhe retribuir jamais.

28 de ago. de 2011

a pergunta



o nó

O nó celta é o símbolo da sua mitologia.Ele significa o infinito que enlaça todas as coisas, que estamos todos interligados e que, de alguma forma, para a evolução de um precisa-se da evolução de todos.

o elemento


A chama que inspira todos os afetos.
A combustão que alimenta os desejos.
Aquece-me o corpo e a alma, numa alternância perfeita.
Queimando as ausências, inspirando os sentidos!

o branco


Palavras que denunciam medos. Exageradamente.
Revelam carências. Corajosamente.
Incendeiam desejos e vontades. Ousadamente.
As palavras despem-me o espírito. Descaradamente.
Expoem-me nos silêncios. Discretamente.
Palavras que são um pedido de socorro.
Palavras que se desprendem. Inconscientemente.
De procura e descoberta. Incertas.
Palavras que se gravam numa folha branca, em mim e na pedra.
Que me permite ser mar, campo e deserto.
Preenche e completa, assim como
me esvazia e omite.
Palavras que libertam a minha revolta.
Perturbam e intimidam.
Atraem e seduzem.
Palavras que significam tudo.
As que espero um dia poder dizer!

o voo


Um voo livre.
Sereno.
Eis o que procuro
e preciso.
Voarei para longe
de mim mesma.


14 de ago. de 2011

o agora


O cinzento do inverno me traz o frio e o nevoeiro, pelos quais me deixo envolver em silêncio. Consigo ficar a sós com os meus pensamentos. Consigo abandonar vontades. Sem perspectivas e sem relatividades. Reconhecer a fraqueza de sentir todas as palavras por traz do meu silêncio, percebidas, entendidas, sem ter que as pronunciar.
A realidade, limitada e condicionada pelas escolhas que fazemos e aceitamos, parece-me muito dura, rígida. Tanto que por vezes, desistimos. E, talvez por isso lutamos.
Penso nos olhares que cruzam com o meu. Na forma como nos relacionamos, como nos percebemos, desejamos, como nos perdemos.
Acordada, de olhos bem abertos, sonho com um sonho que não alcanço. Que se dissipa no denso nevoeiro da vida. Atenta, aos sinais que percebo, sigo o único caminho possível.
Que percorro, apaixonadamente.
Intensamente… em frente!

o tempo


Os dias têm passado em tons plúmbeos, numa velocidade estonteante.
Sem espaço para o silêncio. Sem palavras. Sem momentos.
Demoro o olhar sobre um tempo paralelo, que me mostra os caminhos que ainda não percorri.
Eles me levarão a lugares secretos, lindos.
Onde viveremos instantes, só nossos!

o solstício


Saberes antigos dizem que é tempo de reencontrarmos as nossas esperanças.
De nos libertarmos de coisas antigas e desgastadas.
É hora de descobrir a criança dentro de nós e de renascermos com a sua pureza e alegria.
Esta é uma ideia que me agrada.
Gosto de pensar e de acreditar que podemos sempre renascer.
Os ciclos são permanentes. A natureza e o tempo deixam-se observar.
E mostram-nos em todos os momentos, que podemos acreditar e sorrir.
Para isso, teremos apenas que fazer a nossa parte...

a pergunta


Incoerência ou mudança de percepção?

o encontro


Sempre que a saudade aperta e me fere
te desenho num coração, sabia?
Faço
isso perto do mar, pois sei que não é dor permanente.

E, quando te encontro novamente nos meus pensamentos,
as ondas delicadamente apagam o meu sofrimento. E eu volto a sorrir, porque te sinto em mim...

a volta


Com ternura, suavidade, cumplicidade, amizade, amor e sensibilidade
.
Me fizeste voltar!
.
Obrigada!

a estrela


Pra sempre, serás a minha!

25 de jul. de 2011

o fim


Silêncio.
Ausência.
Sombras inquietas.
Um medo recorrente.
Procura.
Desejo.
Uma história.
Sem fim...

24 de jul. de 2011

o horizonte


Por via da esperança, da perseverança e de acreditar muito positivamente,

consigo vislumbrar um horizonte expandido, com contornos definidos.
A solução foi seguir sempre em frente de olhos postos no infinito.
Que aos poucos se aproxima...

o inovador




25 de jun. de 2011

o voo

Para voar nas asas da poesia é preciso sentir uma liberdade que se traduza em versos. E, nesses versos enxergar na palma de tua mão a beleza de tua alma..

o querer


Tudo que eu quero de você.

A alma ? É, acho que é a alma que quero. A tua parte mais bonita, a essência de você. É onde está guardado o DNA do teu lado divino, a parte que não se perde, que a matéria não domina. Onde o tempo não pode agir e o único lugar onde estão intactas tuas características. Sim ! É isso.
É tua alma que quero. E claro, é óbvio que também serás dono da minha.
Será?
Ou, quem sabe o que eu queira, seja a tua mente ?
A mente? Claro. A mente é a verdadeira senhora da vida. Decide teus passos e tuas escolhas, comanda tua vida. Tendo a tua mente te terei por completo, pois as tuas escolhas serão sempre baseadas em mim. Estarás sempre pensando em mim e assim, sempre estarei presente na tua vida e em cem por cento dos teus pensamentos. Nada te fará tão meu quanto ter a tua mente. É isso..
É a tua mente que quero. E claro, é óbvio que também serás dono da minha.
Será?
Mas e teu corpo? Você afinal, não é real apenas no corpo que habita? Não posso ser dona de coisas abstratas como alma e mente. Mas do corpo sim. Se teu corpo me quiser sempre, serás meu. Porque nele, teu corpo, materializa toda tua vida. Isso..
É teu corpo que quero. E claro, é óbvio que também que serás dono do meu.
Será?
Se bem que, desde o início dos tempos, ouvi que se quisermos alguém, temos que ter o coração.
Porque pra ter alguém, temos que ter o sentimento, a paixão, o amor. E estão no coração, certo?
Então é ele que devo possuir. Dominá-lo totalmente é o que me fará te ter.
É teu coração que quero, então. E claro, é obvio que também serás dono do meu.
Se bem que..
Quem sou eu pra ter a alma de alguém? Logo a alma, que carrega os aprendizados, que é o que te ilumina e te faz diverso entre tantas outras pessoas. Se a tua alma é minha, te aprisiono num lugar onde não mudas. Te tornas dependente de mim pra crescer. Não posso ser dona da tua alma.A tua alma é só tua.
E a mente? Posso estar cem por cento do tempo nos teus pensamentos? E a tua família , teus amigos, teus sonhos? Se te tenho a mente , como te deixo sonhar? Irás aprender e melhorar preso a mim? Não posso ser dona da tua mente.A tua mente é só tua.
Bom e o coração ? Ah.. sei que já tem tanta gente lá, porque ele é tão grande e espaçoso. Pra ser meu, terei que tirar as pessoas que tu amas de lá? Como posso? Até porque ficarei sozinha lá, sem companhia, nesse coração imenso. Não saberia preenchê-lo sozinha. Não. Cabe muito mais gente por lá. Não posso ser a dona do teu coração.O teu coração é só teu.
O corpo então ? Não . Também não terei. Ninguém tem o corpo de alguém de verdade, se não tem a mente, a alma e o coração. Portanto..O teu corpo é só teu.
Faz assim então : me dá a tua mão e vamos em frente.
Ninguém é dono de ninguém, mas a gente se tem!
Combinado ?

o epitáfio


Não conheci os olhos do amor..
O vi de costas , já se indo.. já vai?
Não, nenhum amor vai..
Se esvai..
Nenhum amor vai de repente
Nunca morre assassinado...
Morre sempre a mingua, dia após dia,
Subnutrido e não alimentado.

Esqueci meus sonhos naquela primavera
Em que o amor deu tchau sem nunca ter dado oi
nem sorriu pra mim, mal educado
Podia ao menos ter me avisado que ia embora assim
Sem nunca ter chegado...

Quando esteve, eu não vi
Quando me sorriu, não entendi
Quando me propôs, titubiei
Quando me abraçou, me soltei..

a sacada


JULIETA — Já vai embora? Mas se não está nem perto de amanhecer! Foi o rouxinol, não a cotovia, que penetrou o canal receoso de teu ouvido. Toda a noite ele canta lá na romãzeira. Acredita-me, amor, foi o rouxinol.

ROMEU — Foi a cotovia, arauto da manhã, e não o rouxinol. Olha, amor, as riscas invejosas que tecem um rendado nas nuvens que vão partindo lá para os lados do nascente. As velas noturnas consumiram-se, e o dia, bem-disposto, põe-se nas pontas dos pés sobre os cimos nevoentos dos morros. Devo partir e viver, ou fico para morrer.

JULIETA — Essa luz não é a luz do dia, eu sei que não é, eu sei. É só algum meteoro que se desprendeu do sol, enviado para esta noite portador de tocha a teu dispor, e iluminar-te em teu caminho para Mântua. Portanto, fica ainda, não... precisas partir.

ROMEU — Que me prendam! Que me matem! Se assim o queres, estou de acordo. Digo que aquele acinzentado não é o raiar do dia; antes, é o pálido reflexo da lua. Digo que não é a cotovia que lança notas melodiosas para a abóbada do céu, tão acima de nossas cabeças. Tenho mais ânsia de ficar que vontade de partir. — Vem, morte, e seja bem-vinda! Julieta assim o quer. — Está bem assim, meu coração? Vamos conversar... posto que ainda não é dia!



Casa dos Capuletto, Verona.