28 de ago. de 2011

o branco


Palavras que denunciam medos. Exageradamente.
Revelam carências. Corajosamente.
Incendeiam desejos e vontades. Ousadamente.
As palavras despem-me o espírito. Descaradamente.
Expoem-me nos silêncios. Discretamente.
Palavras que são um pedido de socorro.
Palavras que se desprendem. Inconscientemente.
De procura e descoberta. Incertas.
Palavras que se gravam numa folha branca, em mim e na pedra.
Que me permite ser mar, campo e deserto.
Preenche e completa, assim como
me esvazia e omite.
Palavras que libertam a minha revolta.
Perturbam e intimidam.
Atraem e seduzem.
Palavras que significam tudo.
As que espero um dia poder dizer!