12 de out. de 2012

o reflexo


Passageira da noite, navego num oceano de estrelas à procura de mim na esperança de nunca me encontrar. Sei o que é a tormenta e conheço o medo. A poesia é uma ilha onde me refugio e partilho para não ficar só. Arrumo palavras desalinhadas que exprimo no silêncio das sombras inquietas. Faço de cada dia a minha eternidade. Não tenho tempo para deixar correr horas vãs. Meu futuro é hoje, meu presente foi ontem. Se não me alcanço nos gestos, também não me abandono nas palavras. Não dou o que me falta, nem peço o que tenho. Revolvo muitas pedras e com algumas, construo minhas pontes no percurso para outras margens.