6 de jun. de 2010

saudade


Saudade cria vício e filosofia.
Amarga a cerveja na boca . A voz fica rouca... frígida.
E a espuma que fica no lábio é a sobra de um mar amargado, que o sol da noite em claro leva sem dedicar destino.
Saudade amolece os ossos e desliga os nervos.
Embaraça a fiação do instinto.
Mergulha em éter a alma e vai estendê-la ao luar do meio-dia.
Enche o estômago de flores secas.
Tempera a língua com alcatrão.
A saudade, é um cubo de gelo na garganta.
Fantasiada de sertão, um dragão congelado.
Uma pérola de gelo disfarçada de grão.
A saudade mora dentro dos colchões.
As distâncias nunca poderão conter.
Nunca.